MEP "vai estar no Parlamento" na próxima legislatura
A convicção foi expressa em entrevista à agência Lusa pelo presidente do MEP, Rui Marques, que excluiu ainda a participação do recém-criado partido numa eventual coligação pós-eleitoral - "É num cenário de oposição que o MEP está e estará nos próximos anos, precisamos de aprender, de nos tornarmos mais experientes".
"O MEP vai estar no Parlamento, tenho essa certeza, vai ter um pequeno grupo parlamentar e provar que, estando fora do Governo, pode dar um contributo para ajudar a construir Portugal", disse.
Nas eleições europeias de 07 de Junho o MEP alcançou 1,54 por cento dos votos a nível nacional, tornando-se a mais votada entre as formações políticas sem representação parlamentar.
A repetir-se a 27 de Setembro o desfecho eleitoral de Junho, os mais de 55 mil votos alcançados seriam suficientes para o MEP eleger um deputado por Lisboa e deixariam o partido a décimas de alcançar um lugar no círculo do Porto e um segundo em Lisboa.
"O objectivo destas eleições é alargar a base de apoio e eleger o primeiro deputado", apontou Rui Marques, considerando que o "um pequeno grupo parlamentar do MEP pode fazer toda a diferença" e ser na Assembleia da República "uma voz livre de interesses e sem nenhum outro compromisso que não apenas o serviço ao bem comum".
Rui Marques não teme, por outro lado, que uma eventual bipolarização do voto em torno dos dois principais partidos ou crescimento do voto útil nas próximas eleições penalize o MEP.
"Creio que vai resultar destas eleições uma maior dispersão de votos e, em tempos de crise, uma pressão para que os dois maiores partidos se entendam", previu, considerando que os "muitos sinais" sobre a probabilidade de um governo de bloco central atenuam o efeito de voto útil.
Para conquistar um lugar na Assembleia da República, o MEP promete um "enorme esforço e enorme mobilização" na campanha, na qual pretende provar que o papel de um deputado não se esgota "na capacidade de resolver maiorias".
Aos eleitores, o MEP vai apresentar um programa com uma "fortíssima componente social", propostas para "construir plataformas de uma década" sobre políticas públicas basilares e "um tempo de realismo" para o país "deixar de viver a crédito" e da ilusão "de uma riqueza que não produz".
Suspender algumas grandes obras públicas previstas - como o projecto de ferrovia de alta velocidade - para travar o crescimento do défice e o endividamento externo e "colocar os meios disponíveis em situações de emergência social" são algumas das propostas do MEP.
Na sua volta pelo país, o novo partido tem previstas duas acções emblemáticas de campanha: a montagem de um puzzle de 200 metros quadrados em Lisboa e Porto, baptizado "construir Portugal", e, a encerrar, uma jornada de 24 horas ininterruptas de campanha com visitas de duas em duas horas a instituições e partida do Hospital de Santa Maria, com a mensagem de que é preciso "reconstruir a confiança em Portugal".